Transplante de medula óssea trata doente com sida

>> 20101220

Investigadores alemães submeterem um paciente com cancro a um transplante de medula óssea e quatro anos mais tarde consideram este paciente, que também era portador de VIH, curado desta infecção, dá conta um estudo publicado na “Blood”.

Os autores do estudo, liderados Thomas Schneider, do hospital Charite, em Berlim, Alemanha, explicam que, por norma, o transplante de medula óssea costuma ser o último recurso no tratamento de cancros como a leucemia. Este transplante exige a destruição da medula óssea do próprio paciente - o que é, em si, um processo desgastante -, e o dador precisa ter um tipo de sangue e de sistema imunológico quase idênticos ao do receptor. São ainda necessários meses de espera até que o sistema imunológico do paciente seja restabelecido.

O paciente que sofria de leucemia e era portador do vírus da SIDA, recebeu o transplante em 2007, de um doador que tinha uma mutação num gene que codifica uma proteína, conhecida por receptor CCR5, o qual é utilizado pelo vírus para invadir e infectar as células do hospedeiro.

Desde 1996 que os cientistas sabiam que algumas pessoas, principalmente com origem no norte da Europa, que têm essa mutação não são infectadas pelo VIH. Alguns investigadores estão a trabalhar numa terapia genética que possa tratar e talvez curar o VIH, mas a tecnologia ainda está em estágios experimentais.

Os investigadores têm acompanhado o paciente e retirado algumas amostras do intestino, fígado, líquido cefalorraquidiano e cérebro, locais onde o vírus pode passar anos "escondido" até infectar as células. Contudo, a infecção por este vírus não foi detectada em nenhuma das amostras referidas.
Os cientistas concluem, assim, que, “de acordo com estes resultados, é razoável concluir que a cura da infecção pelo VIH foi conseguida neste paciente".

O vírus da SIDA afecta actualmente 33 milhões de pessoas no mundo, principalmente na África, e já matou 25 milhões nos últimos 30 anos. Existem já medicamentos que podem controlar a infecção, reduzindo o risco de contágio para outras pessoas, mas não existe ainda uma vacina.


FONTE: Estudo publicado na “Blood”



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